ATA DA CENTÉSIMA NONA SESSÃO
ORDINÁRIA DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM
25.09.1987.
Aos vinte e cinco dias do
mês de setembro do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de
Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua
Centésima Nona Sessão Ordinária da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da Nona
Legislatura. Às nove horas e quarenta e cinco minutos foi realizada a segunda
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt,
Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Cleom
Guatimozim, Clóvis Brum, Ennio Terra, Flávio Coulon, Frederico Barbosa, Getúlio
Brizolla, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Isaac Ainhorn, Jaques Machado, Jorge
Goularte, Kenny Braga, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Nilton Comin,
Paulo Satte, Pedro Ruas, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Irigaray e Werner
Becker. Constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos
os trabalhos e determinou ao Ver. Jorge Goularte que procedesse à leitura de
trecho da Bíblia. A seguir, o Sr. Secretário procedeu à leitura das Atas da
Centésima Oitava Sessão Ordinária e da Trigésima Segunda Sessão Solene
que, juntamente com a Ata da Centésima
Sétima Sessão Ordinária, foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Ver.
Adão Eliseu, 01 Pedido de Providências, solicitando canalização pluvial para a
Rua Liberal; pelo Ver. Jaques Machado, 01 Pedido de Providências, solicitando
colocação de postes com iluminação pública na Rua Condor Tavares, entre as Ruas
Santos Pedroso e Presidente Roosevelt. A seguir, constatada a existência de
“quorum”, foi iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 46/87, por dezoito votos SIM, tendo
sido discutido pelos Vereadores Rafael Santos e Clóvis Brum e submetido à
votação nominal a Requerimento oral, aprovado, do Ver. Clóvis Brum. Em
Discussão Geral e Votação foram aprovados os Projetos de Resolução nºs 12; 21;
22/87, encaminhado à votação pela Verª Teresinha Irigaray. Em Discussão Geral e
Votação esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 90/86 que, após ter sido
discutido pelo Ver. Nilton Comin e encaminhado à votação pelos Vereadores
Rafael Santos e Clóvis Brum, teve adiada a sua votação por cinco Sessões, a
Requerimento, aprovado, do Ver. Jorge Goularte. Ainda foram aprovados os
seguintes Requerimentos, solicitando dispensas de distribuição em avulsos e
interstícios para suas Redações Finais, considerando-as aprovadas nesta data,
do Ver. Flávio Coulon, em relação ao Projeto de Resolução nº 21/87; do Ver.
Pedro Ruas, em relação ao Projeto de Resolução nº 22/87; ao Projeto de Lei do
Executivo nº 46/87; do Ver. Rafael Santos, em relação ao Projeto de Resolução
nº 12/87. Ainda foram aprovados os seguintes Requerimentos: do Ver. Antonio
Hohlfeldt, de Voto de Congratulações com Jorge Olavo de Carvalho Leite, pela
formatura de Pós-Graduação em Administração na UFRGS; do Ver. Aranha Filho, de
Votos de Congratulações com a Sucessão Francisco Martins Bastos, por ter
obtido, através do animal Bastos do Itapitocaí 733 - boxe 79 da Expointer - o
Prêmio “Grande Campeão, Campeão Borrego 2d, Prêmio Conjunto, Melhor Velo,
Melhor Cabeça” na raça Ideal; com Sônia Maria Lopes Almeida, por ter obtido,
através do animal Sajos 45 - boxes 617 da Expointer - o Prêmio “Grande Campeão
e Campeão Carneiro” na raça Hampshire Down PP; com Reinolds Cherubini, por ter
obtido, através do animal Fairnington Consort de São Valentin 627 - boxe 2307
da Expointer - o Prêmio “Campeão Terneiro” na raça Devon; com Arneldo Ritter,
por ter obtido, através do animal Reservado Grande Campeão Geral e Reservado de
Grande Campeão de Raça, 1º Prêmio - boxe 6388 da Expointer na raça Nova
Zelândia Branco; com Liane Popp e filhas, por terem obtido, através do animal
Vuka Melania Pabst 735 - boxe 3538 da Expointer - o Prêmio “Reserva Campeã 3
anos” na raça Holandês; com Espólio Francisco M. Bastos, por ter obtido,
através do animal Itapitocaí Cirus 305 - boxe 2864 da Expointer - o Prêmio
“Grande Campeão Dois Anos” na raça Normanda; com Nelson de A.M. da Rocha, por
ter obtido, através do animal MR Bravo 385 - boxe 1962 da Expointer - o Prêmio
“Grande Campeão e Campeão Sênior” na raça Santa Gertrudis; com Sérgio José
Abreu Neves, por ter obtido, através do animal Luido Advancer do Butiá - boxe
4094 da Expointer - o Prêmio “Reservado Grande Campeão e Reservado Campeão Dois
Anos” na raça Jersey; com Carlos Roberto Cora, por ter obtido, através do
animal Duncan Absarokef S. Sab - boxe 5157 da Expointer - o Prêmio “Grande
Campeão” na raça Appaloosa; com a Granja Ideal S/A, por ter recebido, através
do animal Punter Rescka Ideal - boxe 5736 da Expointer - o Prêmio “Grande
Campeão e Campeão Júnior” na raça Landrace; com a Granja Ideal S/A, por ter
recebido, através do animal Transmission Ann Ideal Mossa - boxe 5429 da
Expointer - o Prêmio “Grande Campeão e Campeão Sênior” na raça Duroc; com
Carlos Roberto Cora, por ter recebido, através do animal Boston Steel PT - boxe
4917 da Expointer - o Prêmio “Reservado Grande Campeão” na raça
Quarto-de-Milha; com Dino Luís Camaratta, por ter recebido, através do animal
Jalônica de Amaltéia - boxe 6323 da Expointer - o Prêmio “Grande Campeã” na
raça Anglonubiana; com José Carlos Mazza Wetternick, por ter recebido, através
do animal Mazza 161 - boxe 215 da Expointer - o Prêmio “Grande Campeão, Campeão
Borrego 2d, Lã Inteira” na raça Corriedale; com Dácio Paiva Cunha, por ter
recebido, através do animal São Dionisio Warden Juros - boxe 3715 da Expointer
- Prêmio “Grande Campeão e Campeão Dois Anos” na raça Holandês; com Ramon
Marcelo Guerra, por ter obtido, através do animal Faradiba R. Maple de Santo 49
- boxe 3659 da Expointer - o Prêmio “Campeã Vaca Vitalícia” na raça Holandês;
com Ignácio Bicca de Freitas, por ter obtido, através do animal Corriedale So -
boxe 488 da Expointer - o Prêmio “Campeão So e Campeão Carneiro So” na raça
Corriedale So; com Sérgio Nicolau Sckapke, por ter obtido, através do animal
Joliva Anita Rockman Lester - boxe 3605 da Expointer - o Prêmio “Campeã Vaca 5
anos” na raça Holandês; com Ignácio Bicca de Freitas, por ter obtido, através
do animal SM Kapucin (IA) - boxe 2469 da Expointer - o Prêmio “Reservado Grande
Campeão e Reservado Campeão Terneiro” na raça Blond D’Aquitaine; com Zilda
Souza Cavalcanti, por ter obtido, através do animal São Fernando Advance 5903
(IA) - boxe 2086 da Expointer - o Prêmio “Grande Campeão Sênior” na raça
Hereford; com Laert Lopes Alves, por ter obtido, através do animal Vertentes
464 - boxe 22 da Expointer - o Prêmio “Grande Campeão e Campeão Carneiro” na
raça Merino Australiano PP; com Andrade Lima Agricultura e Pecuária, por ter
obtido, através do animal Valente 51- boxe 718 da Expointer - o Prêmio “Grande
Campeão e Campeão Carneiro” na raça Texel; com Itibereça Paim Lourenço, por ter
obtido, através do animal Butiá 516 S 85 - boxe 1111 da Expointer - o Prêmio
“Grande Campeão e Campeão Carneiro” na raça Suffolk; com Agropecuária Fazenda
do Ipê Ltda., por ter obtido, através do animal Bokhara do Ipê 061 Arati - boxe
1188 da Expointer - o Prêmio “Grande Campeão e Campeão Borrego DL” na raça
Karakul; com Flávio Bastos Tellechea, por ter obtido, através do animal Jumbo
de Paineiras - boxe 3254 da Expointer - o Prêmio “Reservado de Campeão e
Campeão Dois Anos” da raça Aberdeen Angus; com Isa Lara Bidone, por ter obtido,
através do animal Fomento 275 (IA) - boxe 2407 da Expointer - o Prêmio “Grande
Campeão e Campeão Sênior” na raça Shorthorn; com Ney F. Correa Filho, por ter
obtido, através do animal Merino Australiano PPC - boxe 46 da Expointer - o
Prêmio “Grande Campeão” na raça Merino Australiano no PPC; com Mário S.
Cademartori, por ter obtido, através do animal Esquecida do Jardim da Miniatura
- boxe 4103 da Expointer - o Prêmio “Reservada de Campeão Vaquilhona Menor” na
raça Jersey; com Tarso Francisco Teixeira, por ter obtido, através do animal
Tarfan 21 - boxe 801 da Expointer - o Prêmio “Grande Campeão, Campeão Borrego
2d, 1º Progenie 2d, Melhor Velo” na raça Ile de France; com Danilo José
Agostini, por ter obtido, através do animal Corticeiras Juryman 393 - boxe 2357
da Expointer - o Prêmio “Grande Campeão e Campeão Sênior” na raça Devon; com a
Associação Rural de Santana do Livramento, pelo Festival do Cordeiro e do
Vinho; do Ver. Artur Zanella, de Votos de Congratulações com Edemar Morel
Tutikian, por sua nomeação como Chefe de Gabinete da Secretária Especial de
Ação Comunitária da Presidência da República; com Raul Sachs, pela passagem do
trigésimo aniversário de existência da Sachs Engenharia; com a Sra. Linda Alba
Dutra Brunelli, pela conquista do 1º lugar no concurso literário da Associação
Porto-Alegrense de Cidadãs (Aspaci); de Voto de Pesar pelo falecimento de
Alcides Anhaia de Souza; do Ver. Frederico Barbosa, de Votos de Congratulações
com o Conselho Regional de Contabilidade, Sindicato dos Contabilistas de Porto
Alegre e Clube dos Bacharéis em Ciências Contábeis, pela passagem do Dia do
Bacharel em Ciências Contábeis; com o Lions Club Internacional, pela passagem
do Dia Mundial do Lions Club; com Símbolo Propaganda; Agência Um Propaganda
Ltda.; FETAG, Federação dos Trabalhadores da Agricultura; Estatus Propaganda,
pelos seus aniversários; de Voto de Pesar pelo falecimento de José Eduardo
Papaléo Cinel; da Verª Gladis Mantelli, solicitando que o período de Comunicações
da Sessão Ordinária da dia vinte e sete de outubro do corrente ano seja
dedicada a homenagear os sessenta anos da Federação das Associações Comerciais
do Rio Grande do Sul, Federasul; do Ver. Hermes Dutra, de Votos de
Congratulações com o Grupo Escoteiro João de Barro, pelo sucesso do acampamento
modelo montado em São Leopoldo nos dias onze, doze e treze do corrente; com a
Rádio Difusora, pela passagem de seu aniversário; com a Jornalista Cecy Hirano,
por receber o Prêmio ABES de Jornalismo, na categoria Jornal, edição 1987, com
a reportagem “Engenharia Sanitária”; com o 9º Distrito Escoteiro, pela exitosa
realização do XIII Indaba Regional; com Elson Ilha de Macedo, por sua eleição a
Presidente da Associação dos Jornais do Interior do Rio Grande do Sul; do Ver.
Jorge Goularte, de Votos de Congratulações com o Dr. Nivaldo Filipeto Gatti,
Médico Santarista, por sua posse na Biometria do Rio Grande do Sul; com o Dr.
Elói Franzer, por ter sido eleito Diretor Médico do Hospital Beneficência
Portuguesa; com Municípios relacionados anexo ao Requerimento, pela vitoriosa
decisão sobre sua emancipação política; de Votos de Pesar pelos falecimentos
de Bluma Zamel; Fernando Jorge Almeida;
do Ver. Mano José, de Voto de Pesar pelo falecimento da Sra. Helena Leite Selaimen.
Ainda, foi aprovado Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt, solicitando que,
tendo em vista o Parecer do Sr. Auditor ao Processo 1976/87, Projeto de Lei
Complementar do Executivo 04/87, seja o mesmo devolvido ao Executivo Municipal
para a devida complementação de informação sugeridas pelo parecer, por quatorze
votos SIM contra um voto NÃO e uma ABSTENÇÃO, com Declarações de Votos dos
Vereadores Hermes Dutra e Werner Becker, tendo sido encaminhado à votação pelos
Vereadores Werner Becker, Antonio Hohlfeldt e Clóvis Brum e submetido à votação
nominal a Requerimento oral, aprovado, do Ver. Werner Becker. Na ocasião, o Sr.
Presidente respondeu Questões de Ordem dos Vereadores Werner Becker, Clóvis
Brum e Ignácio Neis, acerca do prazo disposto no art. 44 da Lei Orgânica
Municipal, em caso de devolução de processo ao Executivo para complementação de
informações; do Ver. Hermes Dutra, acerca da aplicação, pela Mesa, dos artigos
135 e 136 do Regimento Interno; dos Vereadores Werner Becker, Luiz Braz, Aranha
Filho e Ignácio Neis, sobre declaração de voto em caso de abstenção de votação.
Ainda, na oportunidade, o Ver. Aranha Filho solicitou a retirada de sua Questão
de Ordem. Na ocasião, os Vereadores Hermes Dutra e Clóvis Brum solicitaram que
fosse ouvida a Comissão de Justiça e Redação e realizada reunião da Mesa com os
Presidentes de Comissões da Casa, acerca da regimentalidade de pareceres que
são pela tramitação de projetos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Ver. Raul Casa
reportou-se ao pronunciamento, de ontem, do Ver. Aranha Filho, em que S.Exa.
externou a opinião da Bancada do PFL com relação ao rompimento do acordo entre
seu Partido e o PMDB, ratificando as declarações feitas por aquele Vereador.
Declarou que os Ministros do PFL colocaram seus cargos à disposição do Governo
Federal para que ele fizesse uma reformulação de seu Ministério, reiterando a
posição de sua Bancada contra qualquer tipo de participação no Governo Federal.
O Ver. Hermes Dutra discorreu sobre o Programa da Reforma Agrária Brasileira,
dizendo que, em principio, todo aquele que for beneficiado com terras por
aquele programa, deve ter apenas o título de posse e intransferível, a não ser
em caso de sucessão, para evitar a venda de terras. Criticou a maneira como
esse programa vem sendo desenvolvido, citando casos de desapropriação de
terras, como o da Fazenda São Pedro, em Guaíba, considerada imprópria para a
agricultura, enquanto são esquecidos os grandes latifúndios como os
pertencentes à Madeira Nacional, no Amazonas e Pará, Jari Florestal e outros,
com índice de utilização zero e com vistas apenas à especulação. O Ver. Flávio
Coulon comentou o rompimento do acordo entre o PMDB e o PFL, lamentando que o
PFL não entregue os cargos que dispõe no Governo Federal. Disse que com o
rompimento da Aliança Democrática, o PFL presta um grande serviço à Nação, pois
com este ato consolida a tese parlamentarista em vigor na Constituinte. Ao
finalizar, declarou esperar que todos os integrantes do Governo pertencentes ao
PFL entreguem suas cartas de demissão. O Ver. Jorge Goularte falou sobre a
passagem, hoje, do aniversário do Dia do Rádio, tecendo comentários sobre a
importância do rádio, devido à instantaneidade com que esse meio de comunicação
divulga os fatos que estão acontecendo. Congratulou-se com as pessoas que
labutam na área e com todos os funcionários radialistas da Casa. E o Ver.
Werner Becker comentou que sua abstenção na votação do Requerimento do Ver.
Antonio Hohlfeldt, aprovado hoje, que solicita a devolução, ao Executivo
Municipal, do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 04/87, deveu-se ao
receio de que o Sr. Prefeito acabe alegando este prazo como prazo de decurso de
tempo. Registrou sua discordância com o Projeto Praia do Guaíba, tanto do ponto
de vista da forma como do conteúdo. Na ocasião, o Sr. Presidente respondeu
Questão de Ordem do Ver. Werner Becker, acerca da Pauta a ser percorrida pelo
Projeto Praia do Guaíba, em face do Requerimento, aprovado, do Ver. Antonio
Hohlfeldt, anteriormente referido. A seguir, por solicitação do Ver. Werner
Becker, foi realizada nova verificação de “quorum”, registrando-se as presenças
dos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Bernadete Vidal, Clóvis Brum, Flávio Coulon,
Isaac Ainhorn, Lauro Hagemann, Luiz Braz e Werner Becker. Constatada a
inexistência de “quorum”, o Sr. Presidente levantou os trabalhos às doze horas
e vinte e cinco minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha, Teresinha Irigaray, Luiz Braz e
Frederico Barbosa e secretariados pelos Vereadores Frederico Barbosa e Jaques
Machado. Do que eu, Frederico Barbosa, 2º Secretário, determinei fosse lavrada
a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e
por mim.
O SR. PRESIDENTE: Havendo “quorum”, passamos à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO -
URGÊNCIA
PROC. 1605 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 046/87, autoriza o Município a
firmar Convênio com o Ministério do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente e dá
outras providências.
Parecer Conjunto:
- da
CJR, CFO e CUTHAB. Relator-Geral, Ver. Pedro Ruas: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Para discutir, o Ver. Rafael
Santos.
O SR. RAFAEL SANTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores,
o presente PL busca autorização do Executivo para firmar convênio com o
Ministério de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, através do qual receberia
o Município 8 milhões de cruzados, destinados à implantação de 800m de rede de
água, 6.200m de rede de esgotos, que permitiriam 100 ligações de água e 600
ligações de esgoto. Eu gostaria de chamar a atenção da Casa para um fato que
sempre ocorre nestes convênios. Embora seja um valor a fundo perdido, o que
significa que qualquer importância que seja aportada ao Município ela tem
valor, tem significado, na realidade ela nunca consegue cumprir o projeto
estabelecido por um motivo muito simples. Aqui não dá a data do Projeto, mas
isso deve ter sido encaminhado lá por fevereiro, março deste ano para o
Ministério. Até que o Ministério aprovou o Projeto, etc., voltou ao Executivo,
que em 24 de julho encaminhou para esta Casa. E nós estamos votando isto num
final de setembro, que até que seja assinado o convênio e repassado este
dinheiro nós estaríamos em outubro, ou seja, praticamente 10 meses após o
início das tratativas para a obtenção dos recursos. O que vai acontecer com
isso? Vai acontecer que o dinheiro que virá são os mesmos oito milhões que
foram orçados em março as suas obras e que, por conseguinte, não vai permitir
que se execute o projeto estabelecido. Seguramente não será possível fazer os
seiscentos metros de rede de água, não será possível executar os seis mil
metros de esgoto e nem fazer as cem ligações de água e nem as seiscentas
ligações de esgoto. O dinheiro quando começar a ser aplicado deve representar
50% do valor real deste dinheiro.
É por isso,
Sr. Presidente, que há urgente necessidade. E é por isso que todos os
Executivos e Legislativos municipais lutam por uma reforma tributária. Lutam
para o Executivo Municipal, para que os Municípios tenham os seus próprios
recursos para a execução de suas obras, porque nós vivemos num sistema bastante
estranho, em que o dinheiro é dado pelo Governo Federal para execução de obras
municipais, numa espécie de desconfiança de que o Município não vai aplicar bem
o seu dinheiro, então o Governo Federal retém este dinheiro e só remete depois
de projetos, de aprovação pela Câmara, de uma série de trâmites burocráticos
que em realidade entravam estas obras e impedem estas obras de serem
realizadas.
Vou votar
favoravelmente ao Projeto, apenas lamentando que ainda continue sendo este o
sistema de se obter recurso, quando normal, o natural, seria transferir para o
Executivo Municipal, através de uma reforma tributária, através de um novo
posicionamento.
O Sr. Hermes Dutra: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu apenas vou pegar uma carona no seu discurso para
chamar atenção para um problema seriíssimo: o atual anteprojeto da
Constituição, que na minha opinião continua sendo um “bebê de Rosemary”, a
reforma tributária proposta é altamente prejudicial aos Municípios. Em casos
como este que V. Exa. está levantando, não vão continuar acontecendo em relação
à União, mas em relação ao Estado, porque se continua com a idéia errônea, a
idéia descabida, de fortalecer os Estados ao invés de se fortalecer os
Municípios, quando está mais do que provado que o Estado deve ter uma ação
suplementar ao Município. O Município nem deve ter atribuições e o Estado fazer
aquilo que o Município não pode fazer.
O SR. RAFAEL SANTOS: Ver. Hermes Dutra, na
realidade, através de um maior aporte de recursos, o que se quer é um maior
poder. Então, aos próprios Deputados interessa Estados fortes e não Municípios
fortes, porque o Deputado Federal terá influências junto ao Governador. O
Prefeito poderá ser, até, um futuro concorrente nas próximas eleições para
Deputado Federal.
Então, é
importante que se essas verbas são canalizadas para o Governo do Estado e este
vai transferir aos Municípios, está ampliando o poder do Deputado Federal, que
será o intermediário dessas verbas entre o Governador e o Prefeito Municipal.
Portanto, enquanto não houver uma reformulação séria, dando realmente aos
Municípios recursos substanciais para execução das suas obras, nós viveremos
sempre nesta situação de pedinte.
O Prefeito Municipal apenas vai reduzir a sua
viagem, em vez de ir a Brasília terá que vir a Porto Alegre, e já foi assim:
antes da Revolução de 64, o grande poder estava no Estado; com a Revolução de
64, transferiram ao Governo Federal e agora pelo projeto da nova Constituição
se pretende transferir novamente para os Estados.
O Sr. Jorge Goularte: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Vereador, V. Exa. tem, sistematicamente e de
maneira respeitável, se manifestando contra projetos autorizativos, e esse é um
projeto autorizativo. É só essa colocação que eu queria fazer a V. Exa., é um
projeto da mesma forma autorizativo.
O SR. RAFAEL SANTOS: Nobre Vereador, esse assunto
eu vou discutir em ocasião oportuna, não na ocasião em que nós estamos
discutindo autorização para firmar convênio. Existe uma outra parte, existe uma
segunda entidade envolvida, enquanto que os projetos autorizativos apresentados
por V.Exa., e hoje temos um do Ver. Wilson Santos, que eu vou votar contra, que
é um projeto, realmente, sem sentido. Ele autoriza o Sr. Prefeito Municipal a,
sem explicar o que está autorizando. Eu posso chegar aqui e fazer um projeto
autorizando o Sr. Prefeito Municipal a liberar os preços das passagens dos
ônibus na Cidade.
Esse negócio
de autorizar coisas sem sentido, eu não vou votar a favor.
Nobre
Vereador, é evidente que nunca foi negada, por esta Casa, autorização para
firmar convênio com o Governo Federal. Esta Casa, em todas as Administrações,
mesmo quando o Executivo era minoria nesta Casa, hoje é maioria, nunca se negou
assinatura de convênio com o Governo Federal. Mas, nós não podemos aprovar
esses convênios sem o nosso protesto, da forma como são transferidos esses
recursos aos Municípios. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Clóvis Brum, para discutir.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu corro o
risco de afirmar, meu caro e atilado Líder Flávio Coulon, que quase deixo me
levar pela argumentação de um futuro Líder, quem sabe, Ver. Rafael Santos, de
maneira que, ultimamente, tem sido pautado em pronunciamentos, nesta Casa,
pelas inteligentes intervenções do Ver. Rafael Santos, intervenções brilhantes,
como a que há poucos dias assistimos, se referindo à autorização para alienação
dos terrenos da Perimetral, que nada tem com o Projeto para construção da Casa
da Criança, uma autorização, e a venda à medida das necessidades da obra. Uma
bela intervenção. E, agora, o Ver. Rafael, novamente, nesta manhã linda de
primavera, faz um alinhamento deste Projeto com muito conhecimento de causa.
Nós, efetivamente, nunca votamos contra esse tipo de pedido de autorização.
Sempre temos votado a favor.
Eu quero registrar
a ausência da grande Bancada do PDT, nesta manhã, para votar, e a parte
presente, em termos de qualidade é valiosa, mas em termos de quantidade é
inexpressiva. Não é? De maneira que, como o Projeto é do Executivo, é do
interesse da Cidade, é do interesse das vilas de Porto Alegre, de uma vila
importante da Capital, e a Bancada do Prefeito não se encontra presente, isso
me deixa triste. Aliás, na quarta-feira levantei Questão de Ordem nesta Casa,
sobre a votação deste Projeto, que por ocasião da discussão não tinha 17
Vereadores, mas tinha 16, portanto, cabia a discussão do Projeto e, a partir da
discussão, dava-se oportunidade de se verificasse a existência de 17
Vereadores, mais tarde. Não conseguimos votar neste Projeto na quarta-feira.
Será que nós não vamos poder votar esse Projeto hoje? Pela ausência do PDT?
Bancada de 13 integrantes! Quero ressaltar a presença da Verª Teresinha
Irigaray, Ver. Brochado da Rocha, Ver. Kenny Braga, Ver. Pedro Ruas. E o
restante da Bancada, onde está? Está a caminho, me informa o Ver. Kenny Braga.
Pois, Ver.
Kenny Braga, esta matéria não se discute, se vota. É de interesse, o Pedido de
Autorização do Sr. Prefeito tem mérito? Tem mérito. É bom o Pedido? É bom.
Atende uma parcela carente da Cidade? Atende uma parcela carente da nossa
comunidade. Temos que votar. Mas desde quarta-feira não conseguimos votar esse
Processo, porque a Bancada do PDT não está presente, Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Desde quarta-feira a Bancada do PDT está omissa. Tentei, por todas
as maneiras, na quarta-feira passada, salvar a votação do Projeto.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte?
O SR. CLÓVIS BRUM: Tão logo eu conclua o meu
raciocínio, porque V. Exa. acaba de chegar atrasado.
(Aparte
anti-regimental.)
O SR. CLÓVIS BRUM: Ver. Isaac Ainhorn, eu tenho por V. Exa. um
carinho muito especial. Eu tenho por V. Exa. uma admiração permanente, mas V.
Exa. há de convir que V. Exa. tinha obrigação ética de chegar aí e fazer um
agradecimento a este Vereador.
O Sr. Isaac Ainhorn: Respeite, ao menos, os meus
compromissos religiosos.
O SR. CLÓVIS BRUM: Eu respeito a festa de V. Exa., mas a
comunidade não pode parar. A Prefeitura não pode parar.
O Sr. Isaac Ainhorn: Não é festa, é reflexão.
O SR. CLÓVIS BRUM: Nobre Vereador, eu ocupei a tribuna
exatamente para oportunizar que chegassem os Vereadores do PDT e pudéssemos
votar a matéria. Vejo, agora, que já tem “quorum”. Vejo que, graças a Deus,
Ver. Rafael Santos, conseguimos completar o “quorum” para votar este Projeto
que desde quarta-feira não consegue ser votado.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): Apenas para esclarecimento e
para o bom ordenamento dos trabalhos, solicito que a Mesa informe se o próprio
Ver. Clóvis Brum, na última chamada da Ordem do Dia, estava presente na
quarta-feira.
A SRA. PRESIDENTE (Teresinha Irigaray): A Mesa solicita que o
próprio Vereador esclareça. Seria mais conveniente.
O SR. RAFAEL SANTOS (Questão de Ordem): O pedido do Ver. Isaac
Ainhorn não é uma Questão de Ordem. Ele não pode ser deferido.
A SRA. PRESIDENTE: Pode ser deferido ou não. O Vereador que
está na tribuna poderá esclarecer também, Vereador. Não vejo inconveniente de o
Ver. Clóvis Brum responder se estava ou não.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sra. Presidente, a Mesa sabe o que é Questão
de Ordem e sabe, também, o que não é Questão de Ordem! Chega de acontecerem
estas coisas na Casa!
O SR. HERMES DUTRA (Questão de Ordem): Peço escusas ao Ver. Clóvis
Brum, mas, desde a última reunião desta Casa, me tornei um chato de galocha em
relação à Questão de Ordem. Longe de mim querer chamar a atenção da Mesa, mas
V. Exa. errou em aceitar a Questão de Ordem do Ver. Isaac Ainhorn. Questão de
Ordem, segundo a definição do Regimento Interno, até que seja modificado,
refere-se, exclusivamente, à interpretação do Regimento. Então, requeiro à Mesa
uma observância mais rígida em relação a isso, para o bom andamento dos
trabalhos. Sou grato, e escuso-me perante V. Exa. pela minha petulância em
assim proceder, mas assim continuarei a fazê-lo.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa acolhe sua Questão de Ordem, mas acho
que procedemos democraticamente, uma vez que o Vereador estava na tribuna.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão de Ordem): A Questão de Ordem,
consoante os textos regimentais, serve para a correta interpretação do
Regimento e o bom andamento dos trabalhos. Se uma Bancada inteira sofre uma
acusação, evidentemente que essa Bancada tem o legítimo direito de defesa,
sobretudo com relação à assiduidade. Eu pedi, apenas, que a Mesa procedesse a
uma medida administrativa, de informação, para esclarecimento de todos aqui
presentes. E entendo que a Mesa andou bem, nesse sentido. Sou grato.
O SR. CLÓVIS BRUM: Solicito a V. Exa., preliminarmente, que
desconte no meu tempo as Questões de Ordem.
A SRA. PRESIDENTE: Serão descontados dois minutos.
O SR. CLÓVIS BRUM: Dois minutos e meio, Sra. Presidente.
A SRA. PRESIDENTE: Dois minutos e meio para V. Exa.
O SR. CLÓVIS BRUM: Quero responder ao Ver. Isaac, à sua Questão
de Ordem anti-regimental, mas que respondo a título de informação e de consideração
aos demais companheiros da Casa. Efetivamente, na última reunião, fui o
Vereador que mais insisti na verificação de “quorum”, para tentar salvar um
terço. Eu desposei, na oportunidade, a tese de que onze Vereadores fazem a Casa
funcionar durante a Ordem do Dia, e só precisa de dezessete Vereadores durante
a votação. Então, a Secretária e o Ver. Frederico Barbosa, que presidiam a
Sessão na oportunidade, decidiram que, para abrir o período da Ordem do Dia, de
Discussão e Votação, eram necessários 17 Vereadores. Eu entendo que não. Para a
discussão, 11 Vereadores, que é o funcionamento da Casa. Para a deliberação,
que é o período da votação, que é uma fase distinta da discussão, aí sim,
necessitaríamos de 17 Vereadores.
O Sr. Brochado da Rocha: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) De certa forma, este Vereador se sente culpado, pois,
conforme V. Exa. poderá verificar no Processo, este Vereador pediu urgência no
mesmo e por um motivo só: o dinheiro estava à disposição do Município de Porto
Alegre, fornecido pelo Ministério de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente, e
se encontra na Casa há 45 dias. É meramente um convênio. Então, eu gostaria de
pedir desculpas à Casa por causar toda esta celeuma. Eu achava que era um
assunto relevante, mas está sendo colocado como um assunto secundário.
O SR. CLÓVIS BRUM: Não entendi muito bem o seu aparte, Ver.
Brochado da Rocha, mas recolho algumas coisas do mesmo. V. Exa. não precisa
pedir desculpas à Casa porque, diligentemente, pediu regime de urgência. V.
Exa. tem é que dar uma puxada de orelhas na Bancada do PDT que, na
quarta-feira, não compareceu para votar esta matéria.
Para
concluir, Ver. Isaac Ainhorn, na quarta-feira fui um briguento, um impetuoso e
até grosseiro para com os companheiros, questionando duas chamadas da Ordem do
Dia, a fim de viabilizar que se conseguisse 17 Vereadores para votar esta
matéria. Conseguimos, ao final da segunda chamada, 16 Vereadores. Eu fui o que
mais briguei. O Ver. Líder do PDS me chamou a atenção, dizendo que não
adiantava insistir, porque não havia “quorum”. De maneira que, na quarta-feira,
na hora aprazada, eu fui um dos mais impertinentes para salvar este Projeto,
mas, infelizmente, não foi possível. Agora, o Ver. Frederico Barbosa, a bem da
verdade, me chama para que eu me inscreva a fim de discutir a matéria a fim de
viabilizar o “quorum” para votação, Ver. Rafael Santos, Ver. Pedro Ruas, Ver.
Frederico Barbosa, nossa missão está cumprida. Salvamos o “quorum”, votamos o
Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação.
O SR. CLÓVIS BRUM: Requeiro votação nominal, Sra. Presidente.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa atende o seu pedido, mas requeira por
escrito.
O SR. CLÓVIS BRUM: V. Exa. continua deslizando grosseiramente
com este Vereador. Pedir escrito, quando o Requerimento é oral.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa atende o seu Requerimento oral.
Em votação o
Requerimento oral do Ver. Clóvis Brum. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Solicito ao
Sr. Secretário que proceda à chamada nominal dos Srs. Vereadores para a
votação.
(Procede-se à
chamada nominal.)
A SRA. PRESIDENTE: Dezoito votos SIM. APROVADO o PLE nº 046/87
(Votaram Sim os Vereadores: Adão Eliseu, Aranha Filho, Clóvis Brum, Ennio Terra, Frederico Barbosa, Hermes Dutra, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Mano José, Paulo Satte, Rafael Santos, Teresinha Irigaray, Nilton Comin, Flávio Coulon, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Pedro Ruas, Kenny Braga.)
A SRA. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento de autoria do
Ver. Pedro Ruas, solicitando seja o PLE nº 046/87 dispensado de distribuição em
avulsos e interstícios para sua Redação Final, considerando-a aprovada nesta
data. Em votação. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 2644/86 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 090/86, do Ver. Wilson Santos, que
autoriza o Executivo Municipal a criar o Departamento Municipal de Prevenção do
Uso dos Tóxicos e Recuperação dos Viciados.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Ignácio Neis: pela tramitação;
- da CFO. Relator, Ver. Auro Campani: pela tramitação;
- da COSMAM. Relator, Ver. Nilton Comin: pela aprovação.
O SR. HERMES DUTRA (Questão de Ordem): Eu reitero Questão de Ordem
que levantei para que fosse ouvida a Comissão de Justiça em relação aos
pareceres que são pela tramitação. É um figura anti-regimental, não existe no
Regimento Interno o termo pela “tramitação”. O Regimento Interno diz que o
parecer será: favorável, contrário ou será favorável com restrições. Pela
“tramitação” não existe. Eu já levantei esta questão e a Mesa continua
insistindo e acho que a Mesa não deve aceitar pareceres que venham contra
disposições regimentais.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa acolhe a Questão de Ordem de V. Exa.
e vai encaminhar ao setor competente.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sra. Presidente, desposando idêntica
manifestação e até fazendo das palavras do Ver. Hermes Dutra as minhas, eu
gostaria de solicitar da Mesa que fizesse uma reunião com os presidentes de
Comissões para definir esse voto. Nesta manifestação, o voto é “sim”, pela
aprovação, pela rejeição com restrições. Então, é necessário que a Mesa
diligencie o quanto antes com os presidentes de Comissões, a fim de que as
presidências das Comissões, diante de um parecer como este, designasse novo
relator.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa acolhe a Questão de Ordem de V. Exa.,
mas avisa ao Vereador que já tomou as devidas providências, esperando solução.
Já encaminhou o pedido neste sentido.
Em discussão.
Com a palavra, o Ver. Nilton Comin.
O SR. NILTON COMIN: Srª Presidente e Srs.
Vereadores, é notório neste País os limítrofes com os países produtores da
matéria-prima, dos produtos tóxicos, principalmente a maconha e a cocaína. É
normal que, diariamente, todos nós, Vereadores desta Casa, sejamos bombardeados
por notícias de apreensão da maconha e cocaína. Aqui ao lado, a semana passada,
parece-me que no Município de Ivoti, foram apreendidos 250 quilos de maconha. O
Brasil é tráfico e ao mesmo tempo consumidor de drogas. Teve uma feliz
iniciativa um Vereador desta Casa, o Ver. Wilson Santos, que autoriza o
Executivo a criar Departamento Municipal de Prevenção do Uso de Tóxicos e
Recuperação dos Viciados. Ontem eu ouvia que o Governo de São Paulo, através de
S. Exa., o Governador Quércia, estava criando um organismo de defesa e
recuperação de viciados. Todas as vezes que Vereadores desta Casa tiverem a
fluidez, a inteligência de criarem mecanismo que dificultem os tráficos de
entorpecentes e a recuperação de viciados, tenho a impressão que esta Casa está
somando, esta Casa está tendo a grandeza de fazer aquilo que a população de
Porto Alegre necessita: que seus representantes sejam vigilantes na defesa dos
seus interesses. O Ver. Wilson Santos, ao criar este departamento, está dando ao
ilustre Prefeito Municipal e aos futuros dirigentes do Município um mecanismo
controlador para que Porto Alegre e a Grande Porto Alegre não sejam palco de
crimes desta natureza. Há pouco tempo, a imprensa noticiava que o Robin Hood de
um dos morros de Porto Alegre dava donativo às pessoas modestas. E a polícia
habilmente acampou lá e conseguiu prender este homem. Talvez nem ele mesmo
sabia o mal que está fazendo. No Colégio Anchieta, na rua em que moro,
seguidamente a Brigada Militar coloca de 20 a 30 homens lá, para que não se
processe a venda de cocaína. O 11º Batalhão seguidamente está lá, a pedido dos
ilustres professores do Colégio Anchieta. Então, nós, Vereadores, como
representantes do povo, no momento em que o ilustre Ver. Wilson Santos, e tem
também a participação do ilustre Ver. Adão Eliseu, que também é um homem
preocupado com problemas desta natureza, e de outros Vereadores desta Casa,
quero dizer, como homem que labuta na saúde pública, que vejo com a maior
tristeza uma família que tem um filho drogado, porque a recuperação é tão
difícil que se ele é uma pessoa modesta, uma pessoa humilde, se ele é uma
pessoa pobre, a recuperação é quase que impossível. Só existe uma força que é
capaz de vencer: é a chamada força espiritual, a força interior, como disse o
Ver. Jorge Goularte. A família que tem esta força espiritual consegue, através
de um trabalho árduo, vencer as drogas e os tóxicos, porque a dependência é de
tal ordem, chega a tal ponto, que a pessoa viciada pelo cigarro, pelo álcool,
muitas vezes não consegue se libertar.
O Sr. Adão Eliseu: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) Eu quero parabenizar V. Exa. pelo seu pronunciamento e pelo apoio que
está compreendido no seu pronunciamento ao Projeto do Ver. Wilson Santos
Realmente, eu havia inclusive apresentado um Substitutivo, mas para não
prejudicá-lo, na pretensão de fazer a coisa com mais amplitude. Para não
prejudicar o Projeto, eu retirei o Substitutivo. Mas acho que V. Exa. tocou num
ponto muito importante: o Robin Hood dos pobres, o Carioca, o homem que foi
caçado pela Brigada Militar, pela Polícia Civil em todo o Estado, a partir do
momento em que fugiu do presídio estadual. Acontece o seguinte: eu não me
preocupo muito com este tipo de traficante, este tipo modesto, simples e até
meio inocente. O carioca é um coitado, um mandalete, um bedel, para ser mais
latino, que cumpre ordens de grandes figurões do tráfico nacional e
internacional, isto tudo é produto do sistema de governo. A autoridade está em
questão. Está sendo questionada. Não estou falando do seu Governo, estou
falando do Governo de um modo geral. Então, o tráfico de drogas campeia à
vontade, a polícia não tem força, a polícia é impotente para cercear a
caminhada disto aí. E na medida que o Ver. Wilson Santos propõe a criação de um
gabinete, de um departamento para cuidar dos doentes, eu acho que já é alguma
coisa. Eu acho que nós devemos criar mais departamentos, até para coibir, não
só para cuidar. O Projeto é bom, eu acho, excelente, o pronunciamento de V.
Exa. também é bom, excelente.
O SR. NILTON COMIN: Eu sou grato a V. Exa. e
sou aqui ajudado pelo ilustre Ver. Aranha Filho; nos jornais de hoje, que
estampam a fotografia de uma professora: “Professora era traficante de coca”. E
dá o nome da professora, que fez grandes revelações. Vejam bem, ilustres
Vereadores desta Casa, até que ponto o envolvimento da sociedade em problemas
desta natureza, porque o início de toda a droga é estimulante. Toda droga
estimula a fantasia, são os chamados “sonhos coloridos”, mas depois de algum
tempo não há mais recuperação para os viciados. Então, entram pessoas dos mais
diferentes matizes e aí então há um envolvimento total. Vejam bem que há pouco
tempo o Governo Americano se intrometeu, de uma maneira indevida, num país da
América, para poder cortar uma pequena parte desse tráfico intenso que ocorre
em todo o mundo e que vem exatamente dos países limítrofes com o Brasil. Aqui
mesmo, no Brasil, seguidamente a imprensa está noticiando plantações de coca,
plantações de droga, que estão sendo queimadas, etc. É muito mais fácil ganhar
dinheiro com coisas ilícitas do que manter uma dignidade, do que manter uma
dignidade pelos próprios valores. Infelizmente, nós, brasileiros, gostamos
muito pouco do nosso Brasil. Sou grato, Sr. Presidente.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Frederico Barbosa): Não havendo Vereador
inscrito para discutir, colocamos em votação o Projeto.
Em votação. Para
encaminhar, o Ver. Rafael Santos, pelo PDS.
A Mesa apela
aos Senhores Vereadores para que permaneçam em Plenário, para que possamos,
após este encaminhamento a que os Partidos têm direito, votar e cumprir a Ordem
do Dia com mais três projetos que já estão há algum tempo aguardando votação.
O SR. RAFAEL SANTOS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores,
mais uma vez, infelizmente, vou ter que votar contra este Projeto de Lei. A
idéia em si é excelente, eu não nego a qualidade da idéia, mas vem exatamente
ao encontro do que tenho dito sempre: isso aqui deveria ser um Pedido de
Providências, não um Projeto de Lei, ou então falta uma série de complementos
no próprio Projeto. Se ele cria um departamento, se autoriza o Prefeito a criar
um departamento, tem que autorizar o Prefeito a criar os cargos e as funções
necessárias para o funcionamento desse departamento, senão vai ser um
departamento no ar. Se é um departamento, tem que haver um diretor de
departamento, então tem que se criar um cargo para isso. Aqui não prevê. Depois
do art. 2º, tem um item que diz o seguinte: “Da organização”. Não é artigo, não
é parágrafo, não é nada, é: “Da organização”. Quer dizer, não está bem
elaborado.
“O
Departamento constituir-se-á de funcionários municipais cedidos, ou cedidos de
autarquias federais, ou estaduais, possuidores dos seguintes cursos superiores:
medicina, farmácia, enfermagem, serviço social, psicologia, pedagogia, direito
e jornalismo”. Quer dizer, é um departamento de caciques, não vai ter índios.
Não pode ter serventes, datilógrafos, não pode ter nada disso, porque a lei diz
claramente quais os cursos, especificamente. Ou seja, vai ter que ter um
enfermeiro na portaria, um jornalista na datilografia, porque a lei não permite
que se coloquem funcionários.
Ou seja, a
idéia é excelente, eu aprovo e aplaudo a idéia; agora, nós não podemos estar
aprovando leis assim.
Eu peço aos
meus caríssimos colegas que pensem nisso, é um erro nós estarmos aprovando leis
nesse teor. O que vão pensar de nós os pósteros que lerem que essa lei foi
aprovada pela Câmara, que tem uma parte que não é artigo, não é nada, e nessa
parte cria um departamento sem índios, só de caciques?
Nós não
podemos aprovar isso, colegas, acho que os nobres Vereadores têm que ter
sensibilidade. A idéia em si é uma coisa, outra coisa é o texto. Nós não
aprovamos aqui, em Ordem do Dia, idéias. Nós aprovamos textos de lei. E nós
temos bacharéis nesta Casa. Eu não sou bacharel. Nós não podemos aprovar este
texto de lei, nós estamos dando uma demonstração da nossa incompetência como
Instituição, porque se pudéssemos aprovar aqui apenas a idéia, tudo bem. Mas
não é isso que nós aprovamos. Aprovamos um texto de lei que no meio deste texto
de lei diz assim: “Da competência”. Isso aí, o que é? Eu peço aos nossos
bacharéis que me digam, é artigo é parágrafo, é inciso? Não é nada, não consta,
está ali solto no meio.
Então, apelo
aos nobres colegas que entendam isso, que não podemos estar aprovando uma lei
que não tem sentido, está errada. E nada tem a ver com a idéia que a embasou. A
idéia é excelente, boa, magnifica. Se o Prefeito fizer um estudo através da sua
Secretaria de Educação, através do seu Departamento Jurídico, encaminhar um
Projeto de Lei criando um departamento, eu vou aprovar essa criação. Eu vou
aplaudir essa criação. Agora, isso que estamos aprovando, não se pode aprovar,
sob pena de nós estarmos dando uma demonstração da nossa incompetência. Porque
esse texto não permite a criação do departamento, não vai permitir. O Prefeito
querendo criar terá que encaminhar outro projeto para esta Casa. Ele não tem o
menor sentido, além de estar mal redigido, além de ter defeitos de redação.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, pelo PMDB, com a palavra o
Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu confesso
que o Projeto, realmente, tem um vício de origem. Nós sabemos, mas esta Casa já
aprovou, com os votos favoráveis do PDS, projetos que oneraram muito mais o
Executivo, e com a mesma expressão “Autoriza o Executivo”. Por exemplo, a Lei
81/83. O PDS de então, não estou me referindo aos atuais integrantes, o PDS
votou a Lei do Ver. Dib, a Lei 81/83, que efetivou os funcionários. A expressão
era exatamente esta expressão: “Autoriza o Executivo”. E o Prefeito sanou o
vício de origem e a inconstitucionalidade sancionando a Lei.
Eu volto a
dizer, Ver. Flávio Coulon, que estou sendo rigorosamente pautado pelas
intervenções belíssimas do Ver. Rafael Santos. Do ponto de vista legal,
constitucional, o Projeto é inconstitucional. Mas aí eu me deparo entre a
inconstitucionalidade e o mérito do Projeto. Eu ficaria naquele grupo que
defenderia o aspecto constitucional até pela formação. No entanto, o mérito do
Projeto é mais forte. O mérito do Projeto é fundamental. Ora, se a expressão é
“Autoriza o Executivo”, o Executivo pode sancionar, pode vetar parcialmente,
pode vetar todo o Projeto e, simultaneamente, encaminhar um novo Projeto, mas
ele vai receber rigorosamente, de sã consciência, uma contribuição da Casa para
fazer frente a este alarmante problema.
Por isto,
Ver. Rafael Santos, entre o aspecto legal e os aspectos do mérito, nós ficamos
com os aspectos do mérito. Acho que, se a Câmara aprovar, não vai prejudicar o
Município, vai melhorar, vai enriquecer. Agora, que é uma iniciativa louvável,
é uma iniciativa louvável. Jogar-se no lixo, alegando-se os aspectos
inconstitucionais de um projeto humano como este, é uma injustiça. Pelo menos,
que o Prefeito receba este Projeto como uma contribuição humana desta Casa,
como uma contribuição oportuna desta Casa, através da iniciativa do Ver. Wilson
Santos. Sinceramente, votar favorável ao Projeto - não há nenhum prejuízo ao
Município - é materializar, é exteriorizar uma manifestação interna da Casa ao
Prefeito. Se o Prefeito quiser, sanciona, se não quiser, veta parcialmente ou
todo. Mas ele recebe um documento que daí poderá transformar e fazer um grande
Projeto. Mas o assunto é sério. Eu tenho certeza absoluta de que, se a Casa
votar favoravelmente, com alguns arranhões, o aspecto da constitucionalidade
não vai ferir em nada a tradição desta Casa. Todo sabemos, e o Prefeito, que
foi parlamentar há muito anos, sabe que, nesta manhã, vamos encaminhar-lhe não
um Projeto perfeito, do ponto de vista legal, mas sim uma sugestão; um Projeto
que ele poderá usar parte ou todo. Eu apelaria aos Vereadores do PDT, que é a
Bancada majoritária, que votassem favoravelmente o Projeto do Ver. Wilson
Santos. À Bancada do PDS, que se divide, nesta manhã ensolarada, eis que a sua
maioria adere ao Projeto, eu apelaria para que votasse favoravelmente. E tem
mais, chamo a atenção do Líder do PDT, meu queridíssimo amigo Ver. Cleom
Guatimozim, é um projeto que autoriza, não determina, que pode ser criado
quando o Prefeito bem entender. Mas tem mérito essa proposição! Eu acho que
devemos aprovar e encaminhamos favoravelmente o Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, a Mesa recebe um
Requerimento do Ver. Jorge Goularte, Líder do PL, solicitando que o PLL nº
090/86 tenha a sua votação adiada por cinco Sessões.
A SRA. TERESINHA IRIGARAY (Questão de Ordem): De que Vereador e de que Bancada é esse Projeto?
O SR. PRESIDENTE: O Projeto é do Ver. Wilson Santos, do PL.
A SRA. TERESINHA IRIGARAY: Então, o Ver. Jorge
Goularte está credenciado a retirar.
O SR. PRESIDENTE: Ele está solicitando adiamento por cinco
Sessões.
Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 1169 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 012/87, do Ver. Rafael Santos, que
concede o prêmio literário “Érico Veríssimo” ao escritor rio-grandense Luiz
Antonio de Assis Brasil.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Ignácio Neis: pela aprovação;
- da CEC. Relator, Ver. Adão Eliseu: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que aprovam o PR nº 012/87 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa,
Requerimento de autoria do Ver. Rafael Santos, solicitando seja o PR nº 012/87
dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final,
considerando-a aprovada nesta data.
Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 1603 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 021/87, do Ver. Flávio Coulon, que
concede o prêmio de Teatro Qorpo Santo à Professora, Escritora e Teatróloga
Olga Garcia Reverbel.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Kenny Braga: pela aprovação;
- da CEC. Relatora, Verª Gladis Mantelli: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que aprovam o PR nº 021/87 permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa,
Requerimento de autoria do Ver. Flávio Coulon, solicitando seja o PR nº 021/87
dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final,
considerando-a aprovada nesta data.
Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 1630 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 022/87, da Verª Teresinha Irigaray,
que concede o título honorífico de Cidadã Emérita à Sra. Lígia Pratini de
Moraes.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Cleom Guatimozim: pela tramitação;
- da CEC. Relatora, Verª Gladis Mantelli: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.)
Para encaminhar, a palavra está com a Verª Teresinha Irigaray.
A SRA. TERESINHA IRIGARAY: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, não poderia deixar passar em branco a indicação da Sra. Lígia Pratini de Moraes para receber
o título de Cidadã Emérita desta Cidade. E até pode causar espanto, espécie, a
alguns políticos desta Casa que, exatamente, Dona Lígia Pratini de Moraes, que
pertence a um Partido oposto ao meu, ao PDS, mãe de um ex-Deputado Federal e
Ministro de um outro segmento político, tenha sido agraciada e escolhida por
esta Vereadora para receber esse título. É que achamos, e pessoalmente já tenho
discutido várias vezes sobre isto, que o trabalho da Sra. Lígia Pratini de
Moraes é um trabalho benemérito, em prol de uma situação que se avoluma no
Estado, que é o combate ao câncer. Dona Lígia Pratini de Moraes, dentro da sua
situação social, não precisaria fazer o sacrifício que faz mantendo o seu
escritório no Hospital Santa Rita de Cássia, andando com suas ambulâncias por
todas as vilas de Porto Alegre, por todos os lugares do Rio Grande do Sul,
levando um voto de esperança para todos aqueles que estão contaminados pela
terrível doença do câncer. Dona Lígia Pratini de Moraes é uma senhora, é uma
dama da nossa sociedade do mais alto respeito social, e independente de
qualquer sigla partidária, merece todo nosso respeito, toda atenção desta Casa,
toda a atenção deste Estado, e eu fico muito feliz e gratificada porque junto
comigo assinou este pedido o Ver. Hermes Dutra, da Bancada do PDS, junto com
toda a sua Bancada, num sinal de respeito e consideração a este alto trabalho
que está sendo desenvolvido, e às vezes anonimamente, pela equipe da Lígia
Pratini de Moraes, porque uma coisa é dizer que vai fazer e outra coisa é
fazê-lo de verdade. E D. Lígia Pratini de Moraes mereça a nossa consideração,
merece que toda esta Casa aprove por unanimidade. Se pertence a outro Partido
ou não, isto é irrelevante. Ela pratica atos de caridade, faz uma obra
filantrópica de respeito, é uma figura social que merece toda nossa
consideração, e que bom que muitas e muitas outras damas dessa sociedade,
independente de Partidos, também participem dessa campanha de combate ao
câncer, que Lígia Pratini de Moraes vem desenvolvendo.
A minha
Bancada vota a favor e espero, junto com a Bancada do PDS, que todos os outros
Vereadores sejam sensíveis a este título, que vai agraciar uma pessoa pelo seu
trabalho, pela sua dedicação, pela sua honestidade, mas, sobretudo, porque ela
procura uma meta dentro deste País tão cheio de problemas.
Lígia Pratini
de Moraes procura que seja sanada uma doença onde muitas Secretarias de Saúde e
muitos Ministérios são omissos. O meu respeito a essa figura de dama da
sociedade, mas altamente benemérita em sua situação. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: Não havendo mais quem queira encaminhar, em
votação. Os Srs. Vereadores que aprovam o PR nº 022/87 permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa,
Requerimento de autoria do Ver. Pedro Ruas, solicitando seja o PR nº 022/87
dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final,
considerando-a aprovada nesta data.
Em votação.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Submetemos ao
Plenário, ainda, Requerimento e autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, para que,
após ouvido o Plenário, tendo em vista o parecer do Sr. Auditor ao Processo
1976/87, Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 004/87, seja o mesmo
devolvido ao Executivo Municipal para a devida complementação de informações
sugeridas pelo Parecer.
O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Sr. Presidente, me assalta
uma dúvida, porque tramita este Processo como Projeto de Lei Complementar, eis
que o conteúdo do Projeto não está no elenco de conteúdo de Lei Complementar.
Não basta para que seja Lei Complementar que o Sr. Prefeito dê o nome jurídico
de Lei Complementar. Até nem sei se é Projeto de Lei, me parece que é uma
indicação ou uma carta de intenções. Gostaria que fosse capitulado pela Mesa
para saber como este Processo irá tramitar, porque não tem jeito nem forma de
Projeto, muito menos Complementar.
O SR. PRESIDENTE: O rótulo dele é de Projeto de Lei
Complementar, como V. Exa. referiu. Cabe, num primeiro momento, seguir o ritual
da Lei Complementar, salvo se, constituída a Comissão Complementar, esta
Comissão entenda de forma diversa, sendo que daí caberá à Comissão da Casa
estabelecer o critério, se é Complementar, se é um Pedido de Autorização, se é
um Projeto de Lei ou o que quer que seja.
O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Penso que não existe neste
momento nenhum prejuízo que corra sob o título de Lei Complementar, porém faço
esta observação, como se diz lá na parte forense, um agravo retido para que a
Presidência estude o conteúdo do Projeto antes de mandar para uma formação
de uma Comissão Especial, porque daí ela
já está decidindo a tramitação por Lei Complementar, isto a Comissão não tem
condições de dizer, que não é Lei Complementar, me parece que em lª instância
isto é atribuição da Mesa e depois ao Plenário.
O SR. PRESIDENTE: Sr. Ver. Werner Becker, o caminho, no caso,
poderia ser o devido processo ser examinado pela Comissão de Justiça da Casa.
Agora, não cabe à Mesa arbitrar, a Mesa não pode estar rotulando processos.
O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Me parece que a Mesa,
quando da tramitação dos processos, tem o direito e o dever de examinar o
conteúdo. Não pode dar tramitação, meramente pelo nome legislativo do processo
que foi dado, que não foi dado nesta Casa.
O SR. PRESIDENTE: Para encaminhar, o Ver. Cleom Guatimozim.
Desiste.
O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Quero fazer uma indagação,
que, caso acolhido o Requerimento, pergunto, porque ele volta ao Executivo para
melhores informações e não para mudança de conteúdo. O meu medo é que o
Prefeito entenda que durante a volta ao Executivo conte o prazo dos 30 dias e
torne-o apto ao 44. Gostaria de fazer este esclarecimento, se, caso enviado ao
Executivo, continua correndo o prazo de tramitação.
O SR. PRESIDENTE: A resposta é afirmativa, não se estende o
prazo.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão de Ordem): Inicialmente, Sr.
Presidente, chamo a atenção das Lideranças da Casa, pois o Ver. Werner Becker
fará o primeiro encaminhamento do Requerimento. Houve uma manifestação da Mesa,
neste exato momento, cuja manifestação recorro, imediatamente, à Comissão de
Justiça. Porque não entendo como processos que não estejam nesta Casa possam
contar prazo. Ora, se a Casa vota Requerimento devolvendo um Projeto ao
Executivo, evidentemente que esse não está mais contando prazo, aqui na Casa. O
Executivo é um poder, aqui é outro poder.
Então, Sr.
Presidente, caso V. Exa. mantenha a afirmação, a afirmação de que o Projeto,
sendo devolvido, conte prazo, Sr. Ver. Werner Becker, exatamente estou fazendo
uma preliminar, diante da manifestação da Mesa, que eu discordo, pois, aprovado
pelo Plenário a restituição de qualquer projeto ao Executivo, morre o prazo,
cessa o prazo, começa vida nova. Então, recorro à Comissão de Justiça para
elucidar esse fato.
O SR. IGNÁCIO NEIS (Questão de Ordem): Lamento ter que contestar a
Questão de Ordem do Ver. Clóvis Brum, porque se o artigo 44 é um artigo para
proteger as minorias, e hoje nós somos a maioria, lamentavelmente esse artigo é
que vai proteger o Sr. Prefeito. Temos que estudar outras medidas para evitar
que ele seja aplicado, o artigo.
O SR. HERMES DUTRA (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a Questão
de Ordem diz respeito à interpretação do Regimento. A Mesa continua
interpretando a Questão de Ordem, que não é uma questão regimental. Pela
terceira vez, requeiro à Mesa que não aceite mais essas contraditas, porque não
são figuras regimentais, ou se providencie, então, uma reforma no Regimento.
Sou grato.
O SR. PRESIDENTE: Sr. Ver. Hermes Dutra, V. Exa. fundamenta
que a Mesa deve ouvir previamente a Questão de Ordem. A Mesa providenciará,
junto aos Líderes da Casa, uma forma de conduzir os trabalhos, pois ela não
quer chamar a si o arbítrio que deixa esse Regimento Interno vigente na Casa.
Com a palavra, o Ver. Werner Becker, para encaminhar.
O SR. WERNER BECKER: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, senhores funcionários da Casa. Se me fossem dado alguns minutos de
atenção, porque a matéria é da maior importância, pediria que concedessem um
pouco de atenção ao que se vai dizer aqui desta tribuna. Ou, talvez, sejam tão
importantes outros assuntos que não possam merecer dois minutos de atenção para
este Vereador.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa pede ao orador um minuto, de vez que
a taquigrafia está sendo altamente prejudicada em colher o discurso de V. Exa.
Pede que V. Exa. desconte este tempo e pede ao Plenário que os Srs. Vereadores ocupem
suas tribunas, sem o quê não poderemos continuar os trabalhos, tendo em vista
que não pode nem haver o apanhamento taquigráfico da reunião, que é um
mandamento regimental. Até então, o tempo de V. Exa. fica devidamente
descontado. A Mesa reitera aos Srs. Vereadores que ocupem suas tribunas. Ver.
Werner Becker, o tempo de V. Exa. será assegurado. A Mesa pede que V. Exa.
decline quanto tempo esteve interrompido do discurso de V. Exa.
O SR. WERNER BECKER: Eu não controlei.
O SR. PRESIDENTE: Então, vamos ter que nos socorrer do Diretor
Legislativo, porque esta Presidência estava envolvida com o Plenário.
V. Exa.
adentrará, segundo o Secretário da Mesa, mais dois minutos e quinze segundos.
O SR. WERNER BECKER: Entendo que o art. 144 do
Regimento Interno, em que pretende abrigar o presente Requerimento, no mínimo é
altamente discutível e contencioso. Acho que o presente Projeto não se enquadra
nos dois incisos, é alheio à competência da Câmara, e manifestamente
inconstitucional. Feita esta retirada, de forma ilegal, embora eu entenda os
propósitos, e vou mais adiante ainda, penso que este Projeto não tem forma nem
figura de projeto, nós estaremos contribuindo para que decorra mais tempo fora
do exame das Comissões deste Projeto e venha a qualquer hora e a qualquer
momento o artigo 44. E, depois, vai nos obrigar a votar açodadamente qualquer
coisa, sim ou não. Estou insistindo que acho uma temeridade devolver este
Projeto, porque pode configurar uma ilegalidade e, enquanto configurar esta
ilegalidade, o Sr. Prefeito contará dias de tramitação do Projeto, nesta Casa.
Por isso, eu entendo que a providência cautelar que requeri me parece mais
apropriada, que a Mesa não dê tramitação de Projeto de Lei Complementar a este
Projeto, porque o conteúdo dele não está no elenco da Lei Complementar, que dê
uma tramitação normal, que envie às suas Comissões e, durante este tempo, podem
ser tomadas todas as outras medidas necessárias. Inclusive, claramente, neste
Legislativo e fora do Legislativo. Apelo aos Srs. Vereadores que reflitam, pois
podemos estar dando uma excelente arma para o Sr. Prefeito, para que ele nos
imponha o artigo 44 mais uma vez. Matéria contenciosa desta ordem seja obrigada
a uma manifestação da Casa às pressas, com urgência e com desgaste desta Casa com
relação à opinião pública. Pediria, inclusive, que os Vereadores pensassem, em
relação a este alternativa, de retirar o conteúdo de Lei Complementar e mandar
para as Comissões, cujo trâmite será bem mais vagaroso e ensejará qualquer
medida nesta Casa e fora desta Casa. Por isso eu encaminho contra. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Brochado da Rocha): Encaminha, pelo PT, o Ver.
Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, a retirada dos Vereadores do PDT é uma manobra evidentemente
política, prevista e respeitável, e vamos tentar ter o “quorum”, para a
votação, necessário, deste Requerimento. Quero lamentar, embora respeitando a
manifestação do Ver. Werner Becker, porque foi bem pensado e bem avaliado esse
pedido do Requerimento, com base no art. 144, a partir do momento em que a
Auditoria da Casa disse que não existe conteúdo e não existe o que votar, e se
não existe o que votar, não existe processo, na verdade. Está-se criando,
inclusive, um grande “quiproquó” em cima de uma coisa que, de fato, não existe.
Corre, inclusive, neste momento, um processo dentro do Sindicato de
Economistas, contra o Arq. Debiagi, porque se este pretendeu fazer um estudo de
viabilidade econômica, não é economista, e não contratou nenhum economista para
fazer o estudo. Então, a partir do momento em que não há um estudo de
viabilidade, não há um estudo de impacto ambiental, o que temos, de fato? Nada!
Não se cumpriram as prerrogativas de lei pra enviar um projeto. Não se cumpriu
aquilo que se exige, para que exista uma coisa de fato. Não temos nada para
votar. Temos de, no mínimo, devolver ao autor, e o autor é o Executivo, uma
coisa que não é da competência da Casa votar. É textual do art. 144 do
Regimento Interno: “Um Projeto deve ser devolvido ao seu autor, quando é
manifestamente inconstitucional”, e vejam como a Casa desrespeita esse artigo,
porque o Sr. Auditor tem dado dezenas de pareceres sobre a
inconstitucionalidade, e nem por isso nós deixamos ou devolvemos aos autores,
pois temos feito tramitar na Casa. E eu sou a favor dessa medida, porque pode
haver inconstitucionalidade, mas Constituição remendada, como nós temos,
politicamente devemos contestá-la. E uma maneira de contestá-la é, exatamente,
ignorar a inconstitucionalidade e tentar que esta situação seja refeita, em
cima da homologação pelo Executivo, que dará a sua legalidade. Mas, neste caso,
me parece que é de interesse da Casa, da instituição Câmara de Vereadores, da
instituição Legislativo, dar-se uma oportunidade de aprofundar as questões que
estão rodeando o Projeto. Uma delas, toda a questão legal. A segunda, levantada
ainda hoje pelo Ver. Werner Becker, quer dizer, a própria idéia do Projeto, de
ser um projeto comum, de lei, ou de ser um projeto de lei complementar. Mas
como nós vamos fazer esta discussão? Evidentemente, devolvendo ao Executivo e
pedindo que ele defira; no mínimo, exigindo que a Procuradoria do Município se
manifeste a respeito do assunto. Esta me parece que é a questão básica. E, se o
PDT, legitimamente, retira o “quorum”, e não teremos “quorum” para votar hoje,
pois precisamos de 17 Vereadores para a votação, tudo bem, vamos votar na
segunda-feira. Agora, entendo que as Lideranças dos vários Partidos de oposição
na Casa devem avaliar esta responsabilidade. Nós acabaremos votando uma coisa
que de fato não existe, dando um cheque em branco ao Executivo, correndo o
risco da conivência por omissão. Então, a nossa idéia da devolução é para que o
Projeto venha devidamente instruído, independente da nossa posição final a
favor ou contra. Que ele venha como um projeto real, concreto, com alguma coisa
que se tenha para votar a favor ou contra. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra, para encaminhar, o Ver.
Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM: Encaminhamos a favor do Requerimento e
desistimos de tecer maiores considerações, para aproveitar o “quorum”
existente.
O SR. WERNER BECKER: Para um Requerimento, Sr.
Presidente. (Assentimento da Presidência.) Solicito seja o presente
Requerimento votado nominalmente.
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 2º Secretário que proceda à
verificação de “quorum”.
(O Sr. 2º
Secretário procede à verificação de “quorum”.)
O SR. 2º SECRETÁRIO: Há “quorum”, Sr.
Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Werner Becker. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
A votação
será nominal. O Sr. Secretário procederá à chamada.
(O Sr. 2º
Secretário procede à chamada.)
O SR. PRESIDENTE: Quatorze votos SIM, 01 voto NÃO e 01 ABSTENÇÃO. APROVADO o Requerimento do Ver. Antonio Hohlfeldt.
(Votaram Sim os Vereadores: Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Clóvis Brum, Frederico Barbosa, Ignácio Neis, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Rafael Santos, Raul Casa, Nilton Comin e Flávio Coulon. Votou Não o Ver. Hermes Dutra. Optou pela Abstenção o Ver. Werner Becker.)
O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Sr. 2º Secretário que proceda à
leitura das Declarações de Voto dos Vereadores Hermes Dutra e Werner Becker.
O SR. 2º SECRETÁRIO: (Lê.)
“Declaração
de Voto
Voto contra
porque entendo que a Casa não pode devolver projeto. Deve aprovar ou rejeitar,
ou solicitar diligências.
Concordo,
outrossim, com as razões apresentadas quanto a dúvidas do Projeto.
(a) Hermes Dutra.”
“Declaração
de Voto de Abstenção
Abstenho-me,
face à complexidade do assunto. Não tenho condições para opinar, face minhas
dúvidas sobre se esta decisão não acabará ensejando a aplicação do malsinado
art. 44 com maior eficiência pelo Executivo contra o melhor exame do ‘projeto’
pela Câmara.
(a) Werner Becker.”
(Obs.: Foram aprovados os demais Requerimentos constantes na Ata.)
O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Me pareceu que foi ouvida
com surpresa a minha abstenção com Declaração de Voto. Mas eu pediria que
refletissem que depois que o Regimento Interno permitiu três pronunciamentos,
sim, não e abstenção, ele permitiu três formas de votar. Portanto, não me
parece nada estranho que eu me abstenha com Declaração de Voto. Não me abstive
de votar; me abstive de declarar sim ou não.
O SR. PRESIDENTE: O sim ou não ou a abstenção são três figuras
previstas em qualquer votação que se possa conhecer. A figura da abstenção é
prevista inclusive no Código Eleitoral. De tal sorte que foi este o
procedimento adotado.
O SR. ARANHA FILHO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, não sou
jurista ou advogado, mas pediria à Mesa que recorresse à Comissão de Justiça,
porque entendo que o voto sim ou não é um voto. Agora, quem se abstém, não
vota. Portanto, não pode fazer uma Declaração de Voto. Solicito à Mesa que
recorra à Comissão de Justiça para que dê um parecer sobre esta questão para o
futuro.
O SR. IGNÁCIO NEIS (Questão de Ordem): A Questão de Ordem do Ver.
Aranha Filho pode ser procedente, mas já existe uma Questão de Ordem igual a
esta feita pelo Ver. Clóvis Brum, que está em minhas mãos para parecer, e nos
próximos dias deverá vir com a votação da Comissão de Justiça.
O SR. WERNER BECKER: Para um Requerimento.
(Pausa.) Peço, Sr. Presidente, se acolher a tese de que abstendo não está
votando, a minha presença não pode ser computada para efeito de “quorum”.
O SR. PRESIDENTE: Não conheço o parecer da Comissão de Justiça
que o Ver. Ignácio Neis refere que há. Agora, a Mesa entende que existe a
figura da abstenção, por analogia do Código Eleitoral. De tal sorte que, até
que a Comissão de Justiça indique diferente, ela adotará este procedimento e
recorrerá ao Plenário, caso ela for negativa, de entender que a abstenção não
existe.
O SR. ARANHA FILHO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o
Requerimento que fiz a V. Exa. me parece que não foi apreciado, foi deferido de
plano por V. Exa.
O SR. PRESIDENTE: É que o Vereador que, na ocasião, se
encontrava sentado ao lado de V. Exa. é Vice-Presidente da Comissão de Justiça
e S. Exa. referiu que sobre a matéria já existia a mesma Questão de Ordem.
O SR. ARANHA FILHO (Questão de Ordem): Sim, é exatamente igual,
porque foi requerido por mim, Sr. Presidente, mas me parece que o resultado
final não foi colocado à apreciação deste Plenário.
O SR. PRESIDENTE: A Comissão de Justiça está, em final,
elaborando um parecer sobre o assunto. Não chegou às mãos da presidência, mas
está na Comissão de Justiça.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu estava
presidindo a Mesa, quando a mesma situação ocorreu. E o voto de abstenção foi
também do Ver. Werner Becker, e nesta oportunidade o Ver. Aranha Filho colocava
o mesmo óbice. Mas entendia eu naquela oportunidade que o voto de abstenção é o
mesmo que o voto em branco e como nós temos que ter 17 Vereadores em Plenário
para que se possa ser votado, tanto o voto de abstenção ou o voto em branco do
Ver. Werner Becker, como também a presença do Sr. Presidente, que hoje não
votou, tem que constar do processo de votação, senão nós não teremos 17
Vereadores.
O SR. ARANHA FILHO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, a Comissão
de Justiça ainda não entregou o seu relatório. E eu não entendo como o Ver.
Luiz Braz, que voto em branco é a mesma coisa que abstenção. Eu espero que a
Mesa não aceite o Requerimento ou a Questão de Ordem do Ver. Luiz Braz, porque
ele está simplesmente relatando um pensamento seu.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Quando o Ver. Aranha Filho
também coloca um óbice, ele está colocando, também, um pensamento seu, não o do
Plenário. Colocou um pensamento seu. Assim como este Vereador, quando
interpretou que o voto em branco seria o mesmo que a abstenção, também estava
colocando um pensamento meu. É claro que se fosse o pensamento do Plenário não
precisaríamos colocar aqui a Questão de Ordem.
O SR. ARANHA FILHO (Questão de Ordem): Eu solicito que a Comissão
de Justiça seja acionada, por este motivo.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa respondeu a V. Exa. que já havia uma
documentação. V. Exa. está impugnando a votação de hoje?
O SR. ARANHA FILHO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu quero
deixar bem claro a V. Exa. que o meu único óbice é exatamente com relação à
Declaração de Voto do Ver. Werner Becker.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa entendeu V. Exa. perfeitamente. Mas
também entendeu o Ver. Werner Becker, que diz que - S. Exa. declarou
textualmente, está nos Anais -, que se não contasse a sua abstenção e
conseqüente Declaração de Voto, não haveria “quorum”. Diante do fato, remeto,
por inteiro, à Comissão de Justiça.
O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Eu pergunto a V. Exa. se
vai atender o Requerimento de pronto para mandar sacar das notas taquigráficas
a feitura da Declaração de Voto.
O SR. PRESIDENTE: Não, Ver. Werner Becker, face às inquinações
surgidas, remeterá todo o processo para a Comissão de Justiça, face à
inquinação de V. Exa., todo o processo de votação será levado para a Comissão
de Justiça.
O SR. WERNER BECKER: Eu pergunto se constará da
Ata e das notas taquigráficas a leitura do Ver. Frederico Barbosa. V. Exa. até
pode mandar depois, mas por enquanto, permanece.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa declarou que todo o processo de
votação, inclusive a leitura, constará de material a ser submetido.
O SR. ARANHA FILHO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, atendendo a
inúmeros pedidos, eu retiro a minha Questão de Ordem.
O SR. PRESIDENTE: Retirada a sua Questão de Ordem, faço
constar dos Anais que a mesma foi retirada, pelo que a matéria é aprovada por
quatorze votos, contra um voto contrário e uma abstenção.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: V. Exa. poderia, para meu
controle, repetir o resultado final?
O SR. PRESIDENTE: Sim, Vereador: quatorze votos favoráveis, um
voto não e uma abstenção.
Vereador,
está devidamente registrado. Até seria impossível não estar, de vez que o
Presidente estava falando. Se o Presidente da Casa não estivesse falando,
poderia não ter ficado registrado.
O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): V. Exa., então, retirará de
Pauta na segunda-feira?
O SR. PRESIDENTE: O Processo atenderá o requerido, que é o que
foi votado. Não sei exatamente os termos em que foi votado. Vou examinar o que
foi votado. Não sei.
Está com a
palavra, em Comunicação de Líder, o Ver. Raul Casa.
O SR. RAUL CASA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ontem,
desta tribuna, usando tempo de Liderança, o ilustre Ver. Aranha Filho já
anunciava a posição da Bancada do PFL em relação ao relacionamento de nosso
Partido, especialmente a opinião de nossa Bancada com relação ao outro parceiro
político que formava a ex-aliança, a falecida Aliança Democrática, e mesmo o
relacionamento com o Governo do Sr. Sarney.
É preciso que
façamos alguns esclarecimentos e colocações, pelo menos de parte da Bancada do
PFL em nossa Capital.
Em primeiro
lugar, os Ministros do PFL foram ao Sr. Sarney pedir e colocar os cargos à
disposição para uma reformulação do Ministério de S. Exa. E nós, a Bancada,
somos partidários do afastamento total, rigoroso, quanto mais longe melhor, do
Governo do PMDB, que mantém 80% dos cargos no Governo Federal. Foi melhor para
o PFL, pelo menos a nível de PFL de Bancada de Porto Alegre. Isso foi dito,
claramente, ontem, pelo Ver. Aranha Filho, e queremos, hoje, reiterar o nosso
posicionamento contra qualquer tipo de participação do PFL no Governo Federal.
Pegar nessa alça de caixão que é o Governo do Sr. Sarney, que tem 80% dos
cargos, principalmente os de mando, a política econômica financeira, nas mãos
do PMDB, que orienta, determina e dá ordens para todos os outros ministérios.
Nós, do PFL local,
assistimos com muito prazer, não só o rompimento com o PMDB, mas, mais do que
isso, estamos a exigir do nosso Partido distância maior. E que os nossos
companheiros, que integram as gerências locais dos órgãos que estão com o PFL,
também coloquem seus cargos à disposição, para que possamos ficar livres. Já
que não aceitamos que o PFL, quando tiver um projeto que é de origem do
Ministério do PMDB, se posicione contra, e quando for um projeto de origem do
PFL, o PMDB se posicione contra. Então, nós achamos que esse ônus, que essa
carga deve ficar única e exclusivamente com o PMDB.
Chega de
participarmos, de levarmos as culpas daquilo que nós não temos nada a ver.
Porque, se o PFL permanecer no Governo, vai ficar naquela situação
constrangedora, inibidora e absolutamente equivocada. É como uma mulher que
está grávida, ou está grávida ou não está. Não existe meia gravidez. Portanto,
nós não podemos romper com o Partido que dá sustentação ao Governo e querer
participar deste Governo, porque, no nosso entendimento, é, além de tudo,
antipatriótico. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz Braz): Liderança com o PDS. Com a
palavra, o Ver. Hermes Dutra.
O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, eu ontem falava sobre as questões da Constituinte e quero
aproveitar este breve tempo para dar umas pinceladas, muito superficiais, sobre
outra questão que a Constituinte não está tratando como devia, que é a questão
da Reforma Agrária.
Meu Partido
tem levado a pecha de ser contra a Reforma Agrária, quando não é verdade. A
questão me parece que, efetivamente, o que não há, por parte, até, talvez, de
alguns do meu Partido, aquela vontade de política de distribuir a terra.
Eu acho que,
em primeiro lugar, todo aquele que for beneficiado por terras, dentro de um
programa de Reforma Agrária, deve ter apenas o título de posse, que seja
intransferível, a não ser por sucessão, para evitar o que aconteceu com alguns
loteamentos agrários que o Governo do Estado fez, ainda no Governo do Jair Soares,
dos quais, hoje, muitos já venderam as suas terras, os arados, etc...etc...
Quero trazer
aos senhores alguns dados para que vejam a política agrária que desenvolve o
atual Governo Federal. Desapropriaram, nobre Verª Bernadete Vidal, há três ou
quatro meses atrás, a Fazenda São Pedro, em Guaíba, com 1.200 hectares. Segundo
o agrônomo José Lutzemberg, que é insuspeito, disse numa entrevista de rádio, e
eu ouvi, que aquilo ali é uma terra arenosa e imprópria para a agricultura. Que
aqueles colonos que estão ali, quem passa na BR 290, no quilômetro 40, pode
enxergá-los, em ambos os lados da rodovia, em casebres miseráveis; dentro de um
ano, dizia o Lutzemberg, virão para Porto Alegre virar favelados, porque não conseguirão tirar o sustento da terra.
Porque, no máximo, aquilo ali dá para criação de gado extensivo, coisa que não
se pode pensar para o pequeno proprietário.
Eu estava
avaliando o periódico que assino, que traz um levantamento do INCRA sobre os
dez maiores proprietários de terras da Nação, e vou lê-los aqui para que V.
Exas. vejam a incongruência do Governo em desapropriar uma fazenda de 1.200ha.
(Lê.)
“A Madeira
Nacional S.A. é proprietária, nos Estados de Amazonas e Pará, de 4.140.000ha de
terras e usa zero; a Jari Florestal, que tem o Projeto Jari, possui 2.900.000ha
e utiliza zero; a Aplub possui, na Amazônia, 2.190.000ha e utiliza zero; a
Amazônia S.A. Cia. Florestal, em Monte Dourado, tem, no Pará e no Amapá,
1.680.000ha e aproveita 142.000; a Cia.
de Desenvolvimento do Piauí tem 1.070.000ha e aproveita zero; a Colonizadora
Aripuana, no Mato Grosso, tem 1.099.00ha e aproveita zero; Sr. João Francisco
Martins, no Amapá, possui 1.000.000ha e aproveita zero; o Sr. Manoel Meireles
Queiroz, no Acre, tem 975.000ha e aproveita apenas 270.000; a Sra. Rosa L.
Gomes, no Amazonas, tem 901.000ha e aproveita zero; e o Sr. Pedro Aparecido
Douto, no Acre, possui 840.000ha e aproveita apenas 121.000. Isto totalizam 16
milhões e setecentos mil hectares, dos quais são aproveitados apenas 534 mil
hectares, sobrando algo em torno de 16 milhões e duzentos mil hectares, que não
tem outra utilização que não a especulação.”
Então, contra
estas coisas não há pessoa que deixe de se rebelar. Quando se vê que o Governo,
desapropriando aqui uma granja de 1.200ha, alegou que era um latifúndio
improdutivo. Quero deixar bem claro que nunca vi, não conheço e nem sei quem é
o dono da tal Granja São Pedro. Falo porque li no jornal e ouvi uma entrevista
do Sr. José Lutzemberg dizendo que se criou ali, que a infância dele foi vivida
ali e que aquela terra é imprópria para a agricultura. Então, veja V. Exa.,
Ver. Luiz Braz, que o que se quer não é fazer Reforma Agrária e sim complicar o
já complicado sistema fundiário nacional. Se desapropriassem apenas 30% disto
aqui - a lista é imensa e só temos dez aqui - daria o dobro de todas as terras
que o INCRA precisa fazer, dentro do seu programa de Reforma Agrária, até o fim
deste ano. Apenas 30% destes que eu citei. E há centenas que eu não citei. A
questão agrária, Srs. Vereadores, ainda tem um longo caminho a percorrer para
que, efetivamente, se tenha uma solução. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PL, Ver. Jorge Goularte.
O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, quero lembrar hoje a passagem do Dia do Rádio. Eu, que sou do tempo
da galena ainda, por idade e por necessidade, gostaria de, hoje, manifestar ao
Ver. Lauro Hagemann, ao Ver. Luiz Braz, aos colegas radialistas da Casa, as
felicitações, porque é uma data de extrema importância e alta relevância.
Órgãos de comunicações existem: a imprensa, a televisão, mas a instantaneidade
do rádio permanece ainda levando a um maior número de pessoas, neste País, a
notícia, no momento exato em que ela ocorre, e nós, homens públicos, não podemos
deixar de nos manifestar neste dia, pela passagem do Dia do Rádio. Então
queiram, meus queridos amigos e colegas desta Casa, radialistas, receber deste
Vereador e do PL a manifestação de apreço pela data, esperando que continuem
com o rádio, como têm feito há tantas décadas, a levar a notícia aos mais
longínquos Municípios do nosso Estado, pois se sabe que o rádio, especialmente
após ter surgido o rádio a pilha, está no arado do lavrador, na garupa do
tropeiro, no barco do pescador. Já não se fala, como é óbvio, no caminhoneiro.
Enfim, o rádio serve, não só como entretenimento, mas também como órgão
informador ímpar, indispensável e insubstituível.
Por isto, Sr.
Presidente, que para minha felicidade está presidindo os trabalhos um
radialista de escol, do qual sou um admirador, bem como minha família, queremos
nesta data manifestar todo apreço que temos pelo rádio brasileiro e pelos
radialistas do nosso País. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Queremos agradecer ao nobre Vereador Jorge
Goularte, em nome da Casa, a manifestação que V. Exa. fez em homenagem à data
do Dia do Radialista. Muito obrigado.
Liderança com
o PMDB, Ver. Flávio Coulon.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, ao chegar em casa ontem encontrei minha mulher preocupada com o
assunto que corria na Cidade, que era o rompimento da Aliança Democrática. Iria
o PFL sair e romper com o Governo José Sarney?
Realmente, em
termos institucionais, em termos de sustentação do Governo, era um fato
absolutamente grave e preocupante, mas tranqüilizei minha mulher dizendo: já
disse da tribuna da Câmara que tudo isso não passa de uma encenação muito
grande por parte do PFL, que vai tentar dar o golpe para ganhar mais cargos.
Aliás, cobrava do Ver. Raul Casa que hoje de manhã todos os integrantes do
Governo Federal no Rio Grande do Sul entregassem suas cartas de demissão.
Fiquei esperando e me propus a ir receber no Aeroporto Salgado Filho uma grande
personalidade - Amaral de Souza - que ficaria sem seu emprego, o coitado. Estou
esperando a carta do Eng.º Walter Jobim, do Sr. Alceu Abst, do Sr. Mansueto
Serafini e aí por diante; do Sr. Wilson Guinhatti, do DNOS. Nada vai acontecer.
O Min. Antônio Carlos Magalhães, mais conhecido como Toninho Malvadeza, ontem
já tratou de colocar as coisas nos seus devidos lugares, e hoje de manhã, numa
brilhante entrevista, o Sen. Carlos Chiarelli, com aquela sua inteligência,
também já colocou tudo nos seus lugares. Nós rompemos a Aliança, mas
continuamos com o Governo Sarney e a esta hora já deve estar o Sr. Marcos
Maciel e o Sr. Aureliano Chaves tratando de encontrar, dentro dos quadros do
PFL, o substituto do Sr. Jorge Bornhausen. Na realidade, Ver. Luiz Braz, o que
está acontecendo é que o Sr. Jorge Bornhausen atravessa sérios problemas
políticos na sua capitania em Santa Catarina e precisa se desatrelar do Governo
para fazer certas alianças fisiológicas, como sempre, que lhe permitam uma
sustentação. Com isso, ele abre a discussão com uma única finalidade, é
aumentar o cacife do PFL na luta por cargos. Nada vai acontecer, tudo
permanecerá como antes. Continuaremos pedindo que o Sr. Wilson Guinhatti cuide
do problema do Arroio Passo Fundo; continuaremos vendo nossos colegas do PFL
ocupando todas as mordomias possíveis que o poder nos dá. Tranqüilize-se a
população, tranqüilizem-se políticos do PFL. Nada vai acontecer a não ser muita
manchete de jornal.
Mas eu devo
louvar o PFL, que prestou um grande serviço à Nação, não o PFL total, porque
com o golpe eles acabaram consolidando a tese parlamentarista, que vigora na
Constituinte. E vai fazer retornar ao Senado um dos maiores parlamentaristas do
elenco do PFL, que é o Senador Jorge Bornhausen. E com isso devo ressaltar e
devo cumprimentar, porque acabaram, em tentando prestar desserviço, prestando
um serviço à Nação brasileira.
Para
encerrar, Sr. Presidente, devo fazer justiça ao Ver. Raul Casa e à Bancada do
PFL. Eles querem sair de todos os cargos mesmo, só que ninguém vai atender ao
apelo deles. Quem viver verá! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Liderança com o PSB.
O SR. WERNER BECKER: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, senhores funcionários da
Casa. Falo com absoluta consciência de que o que eu direi aqui talvez seja
ouvido por uma ou duas pessoas de boa vontade. Sei que não terei no meu
pronunciamento nenhuma repercussão no rádio, televisão e imprensa, mesmo assim
eu vou falando... Vou falando nem que seja no monólogo ou na grata atenção de
dois ou três.
Quero
explicar para que não seja mal-entendido, que se me abstive na votação da
retirada, hoje, do Projeto Rio Guaíba, é porque eu tenho enormes dúvidas de que
o Sr. Prefeito não acabe alegando este prazo como prazo de decurso de tempo e
nos impinja mais uma vez o 44 e nos
obrigue a votar açodadamente. Mas quero que os presentes registrem e façam o
obséquio de calar a boca de alguns maldosos, que o Ver. Werner Becker deu a sua
presença e se tivesse se retirado do Plenário, o Projeto não seria votado.
Peço para ver
se receberei deste pedido a acolhida de alguns daqueles que pretendem dar a
versão correta do que aqui passa, porque tenho sérias dúvidas de que a imprensa
explique este procedimento. Em todo o caso, quero manifestar aqui a minha
profunda discordância sobre o Projeto, que penso que é qualquer coisa
teratológica tanto do ponto de vista do conteúdo, quanto de ponto de vista de
forma, que inclusive na Exposição de Motivos o Sr. Prefeito afirma que será
construído com recursos da iniciativa privada. Não é verdade, pois a permuta de
terrenos da Prefeitura com a iniciativa privada, se estes terrenos são da
Prefeitura, não é recurso da iniciativa privada, a não ser que o Sr. Prefeito
entenda que terrenos da Prefeitura sejam da iniciativa privada. Vejam V. Exas.
que eu discordo até da Exposição de Motivos. Veja, Ver. Antonio Hohlfeldt, que
eu discordo inclusive da Exposição de Motivos, que diz que será construído só
com recursos da iniciativa privada. Não é verdade, se as áreas são da
Prefeitura e serão permutadas, estas áreas não são da iniciativa privada, são
da Prefeitura. Até não sou contra a idéia do Projeto Rio Guaíba, ou seja, não
sou contra a idéia de aproveitar aquela área, mas não assim, desta forma, e sim
numa discussão de prioridades. É necessário muito cuidado nestas questões,
tanto do Sr. Prefeito como de cada um de nós. Mas acho que a votação de hoje
teve um bom significado. Significa que o Sr. Prefeito não pode tudo nesta Casa.
Não pode tudo abruptamente, porque algumas vezes a Casa resiste. Acho que foi
positivo do ponto de vista político a posição da Casa, e tem mais ainda, não
sei se a maioria da Casa sabe que o Sr. Prefeito está segurando o envio do
dinheiro das necessidades da Câmara. Será que está esperando que votemos o
Projeto para mandar o dinheiro? Este dinheiro é da Câmara, mas se ele não
quiser mandar, não mande, se não tem dinheiro, se geriu tão mal que não pode
mandar o que a Câmara precisa e dá apenas para pagar o funcionalismo, onde ele
acrescentou mais de 1.500 pessoas, que não mande. Eu não vou mudar meu voto, o
meu comportamento, porque o Sr. Prefeito não está mandando dinheiro, e se os
funcionários não receberem, ele que se entenda com os funcionários. Talvez o
Sr. Prefeito ganhe a parada contra o Legislativo, porque os Executivos são
muito fortes, mas ao menos rasgue a sua carta de democrata que escreveu,
inclusive, várias vezes brilhantemente como Líder do MDB. Afinal, não é o
primeiro Executivo que diz, que tem um discurso para o palanque e tem outra
posição no Governo. Nem nisso ele é original. Não nos surpreende. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Antes de anunciar o próximo orador, eu
solicitaria que os Srs. Vereadores permanecessem em Plenário, já que temos
inúmeros projetos para correr Pauta.
O SR. WERNER BECKER (Questão de Ordem): Uma dificuldade: pergunto
se depois da decisão, a Pauta, o Projeto Praia do Guaíba corre ou não corre
Pauta?
O SR. PRESIDENTE: Estou recebendo aqui a orientação do Diretor
Legislativo, e de acordo com o Presidente da Casa, a Pauta, hoje, correria.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente, solicito a
verificação de “quorum”.
O SR. PRESIDENTE: Visualmente, constatamos que não há
“quorum”.
O SR. WERNER BECKER: Gostaria que fosse feita a
verificação nominal, para que constassem os Vereadores presentes, pois da
Bancada do PDT só está presente o Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. ISAAC AINHORN: É tradição da Casa, quando
não há “quorum”, registra-se a presença dos Vereadores que estão presentes.
O SR. PRESIDENTE: Registre-se a presença dos Vereadores Clóvis
Brum, Flávio Coulon, Isaac Ainhorn, Werner Becker, Lauro Hagemann, Antonio
Hohlfeldt, Bernadete Vidal e deste Vereador.
Não há “quorum”. Estão
encerrados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 12h21min.)
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